quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Ah, meu soninho

Tem gente que pensa que cachorro não sofre de insônia. Mas nessa época do ano é difícil tirar uma sonequinha restauradora. É muita festa, barulho, gente falando alto. Eu, como cão atento, não posso deixar de prestar atenção ao barulho. Vai que preciso atuar como cão de guarda?

Esse soninho de baixa qualidade tem um amplo impacto no meu organismo de Pancho. Meus pêlos ficam menos brilhosos, fico mais cansado e abano menos o rabinho, tenho mais pesadelos.

Por isso nesse natal lembre-se de mim e de outros panchos espalhados por aí antes de sair fazendo barulho, estourando fogos, gritando. Lembre-se que, como Pancho, sou muito mais sensível ao som e que me assusto, me acordo. Boas festas!

sábado, 24 de novembro de 2007

Divulgando a causa

Bem, antes de mais nada, preciso explicar porque me ausentei do blog por uns tempos. É que a causa dos panchos precisou de mim. E ao invés de dedicar meu tempo às letras e às artes, como prefiro, acabei tendo de me sacrificar por um tempo, usando habilidades específicas para a divulgação de nosso movimento.
Fizemos vários protestos para chamar a atenção para os problemas dos panchos. Dormimos em praça pública, tiramos sonecas fora de horário, fizemos vigílias longuíssimas, de até 15 minutos sem dormir. Deu certo. O esforço foi grande, mas já começa a trazer os primeiros resultados. Panchos que estavam em condições degradantes, sem acesso à internet ou tendo de dormir em casas de cachorro - e não na cama dos humanos, como é nosso direito - conseguiram avanços importantes. Tudo estará registrado em breve, com detalhes, neste nosso blog revolucionário.
Mas, vamos aos fatos. Hoje saí no jornal. O Rogerio escreveu um texto em minha homenagem. Falei para ele que ficou bom. Na verdade, estava meia boca. Mas, coitado, se esforçou.
A melhor parte, na verdade, foi a foto. Acho que foi a Ro que bateu aquela chapa. Engraçado que saí com os olhos claros na fotografia, provavelmente por causa do flash. Justo eu, uma mistura de mexicano e brasileiro, com olho claro! Não dá. De qualquer maneira, acho que consegui mostrar com aquele olhar meigo quem nós, os panchos, somos de verdade. Garbo, elegância e uma pitada de sentimentalismo. Bacana.
Espero que o texto ajude a divulgar a causa dos panchos. Não sou personalista - não quero ser uma liderança ofuscando os demais militantes. Mas sei que é importante quando um de nós se destaca e ganha espaço na mídia. Por isso, posso até dizer que fiquei feliz com a divulgação.
Vamos aguardar os resultados. E vamos ver se isso me faz ficar mais popular entre as cachorras. Se bem que, modéstia à parte, não preciso de fama para ficar charmoso.

sábado, 22 de setembro de 2007

De férias




Estou de volta. Estive aproveitando minha licença-prêmio e não pude escrever para o blog.
Como adido cultural dos Panchos, tenho direito a seis meses de licença a cada dez anos de serviços prestados. Anos de Pancho.
Em anos humanos, isso quer dizer que a cada 17 meses, tenho que tirar meu merecido descanso. Seis meses de Pancho são o equivalente a 26 dias humanos. Também aproveitei e tirei um mês de férias que havia acumulado. Ou seja, mais quatro dias humanos de folga. No total, foram trinta dias de ócio.
Mas não fiquei totalmente sem ter o que fazer. Tive que participar ativamente das férias do Ro. Vocês sabem, a presença constante de um humano em casa é sempre trabalhosa. Altera meus horários de sono, de trabalho e ainda incluir mais passeios ao jardim do que eu poderia esperar.
Também me dediquei a um extenso estudo científico sobre os efeitos de uma bolinho laranja sobre o excremente de Pancho. Interessantíssimo.
Infelizmente os resultados desse meu trabalho foram jogados foram pelo Rô. Ninguém aqui aprecia meu trabalho acadêmico.
Viva aos Panchos!

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Pesadelos de Pancho

Dei de ter pesadelos. E agora? Sufoco. Por natureza, sou meio insone. Às vezes, chego a ficar 13, 14 minutos inteiros acordado. Num dia todo, isso chega a somar três ou quatro horas de vigília.

Agora, quando durmo, ainda me vem um pesadelo. É banho que vem. É falta de poetiscão no mercado. Essas coisas.

Faço o que posso. Gemo, resmungo. E aí vem a cavalaria. Que, no caso, é o Ro. Ou a Ro. Me acordam e passa a aflição.

Quer dizer: a primeira aflição. Que depois vem a segunda, dormir de novo. Às vezes pode demorar vários segundos. Ô, situação!

Hora do banho

A primeira vez que o Ro me viu foi na foto ao lado, tomando banho calmamente. Notem a minha carinha de satisfação e a facilidade com que a pessoa que está me dando banho me segura.

Hehehehe. Enganei todo mundo. Eu não gosto de banho. Choro, me sacudo, arranho as paredes para fugir desse tormento. O que você vê na foto é, na realidade, alguém me sufocando já que, sem ar, não consigo manter minha luta pela sujeira.

Mas, vamos falar sério? Banho pra quê? Passo dias compondo esse dor tão característico dos Panchos e daí, quando finalmente atinjo o patamar de perfume que gosto, pronto! Lá vão eles me dar banho.

Graças aos meus ímpetos de liberdade na hora do banho ganhei até uma banheirinha. Acham que, se eu estiver mergulhado na água quente, vou ficar quietinho. Que nada. Escrevam aí: EU NÃO GOSTO DE ÁGUA! Então é óbvio que ficar mergulhado nela é a personificação dos meus piores pesadelos.

Então vamos combinar: nada de banho no Pancho, certo? (Não custa nada tentar, né?)

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Cão irônico


Eu, apesar de ser Pancho, no horóscopo chinês, sou ovelha.

Não é engraçado?
Obs: na foto, meu amigo Frodo.

A falta que me faz um polegar opositor


Um dos grandes avanços do Homem em relação aos Panchos é a presença do polegar opositor. Tem gente que pensa que é a inteligência, a capacidade de ser criativo ou até mesmo a habilidade para inventar coisas. Mais não é. O polegar opositor é que marca a diferença entre nós.

Sem ele não posso, por exemplo, pegar mais de uma coisa ao mesmo tempo. E tenho que pegar tudo com a boca o que, convenhamos, tem suas desvantagens. Como, por exemplo, quando tenho que pegar os sapatos do Ro. Argh, não quero nem pensar.

Ou quando o xixi escapa da fraldinha e tenho que puxar as coisas para colocar em cima para os Rôs não verem. Acaba que espalho mais a coisa toda do que arrumo.

As vezes uso as patinhas para segurar um ossinho, um petiscão enquanto estou comendo. No entanto, não posso usá-las (as patinhas) quando estou andando, né? Será que devo me tornar bípede?

Humm, essa possibilidade talvez esteja prejudicada pelo meu ferimento de guerra. Sabe? Na grande guerra dos Panchos de 2005 quebrei a patinha e desde então nunca mais fui o mesmo.

A vantagem é que, como tenho carinha de Pancho caído da mudança e ainda tenho uma perninha manca para completar, ninguém resiste ao meu charme.

Talvez a perninha seja uma forma de compensar a ausência do polegar opositor. Porque, como ficam com pena de mim, acabam pegando tudo (ou quase tudo) que quero.